quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

O céu é o limite

Quando alguém fala em computação nas nuvens talvez a primeira ideia que venha à cabeça seja dispersão. Toda aquela informação jogada em algum lugar, sem destino, como uma nuvem, que está em qualquer lugar do céu. Na verdade, não é bem essa a ideia do cloud computing. O objetivo dessa plataforma é facilitar ainda mais a vida dos usuários, fornecendo informações seguras que não estão salvas em um hardware, mas em um espaço diferente, o datacenter. O conceito da nuvem prevê que dados e aplicativos possam ser acessados de qualquer lugar sem a necessidade de instalação de programas.

Professor do Centro de Informática da UFPE, Vinícius Cardoso Garcia ressalta novo paradigma de produção do sistema: você paga somente pelo que consome do servidor. Foto:Bernardo Dantas/DP/D.A Press
Para alguns estudiosos,trata-se do movimento de uma era, da mesma forma que o foco do mercado foi migrando, desde os mainframes (computadores de grande porte) da década de 70, até a internet dos dias atuais. Um estudo feito pela CA Technologies, por exemplo, aponta 2011 como o ano em que corporações de todos os tamanhos tornarão realidade a transformação imposta pelanuvem. Segundo o diretor regional da Microsoft, Luis Eduardo Galvão Pinto, a computação em nuvem não é mais novidade para a empresa. ´Há cerca de 15 anos trabalhamos com essa plataforma. O que está acontecendo é que essas ferramentas, como o Hotmail, eram utilizadas para utilização pessoal e agora estão sendo adaptadas para uso corporativo`, diz.

De acordo com dados da Microsoft, no mundo existem mais de 400 milhões usuários de cloud computing, deste montante, cerca de 50 milhões são brasileiros. ´Nos próximos 30 anos, a nuvem vai ser a grande revolução. É um conceito que era muito utilizado no ambiente de pessoas físicas. O Hotmail é um mercado em nuvem. Lá você pode acessar seus emails, postar fotos e não ocupar espaço no seu HD, isso é conceito de nuvem`, esclarece Galvão.

Para alguns profissionais, a nuvem é encarada como modismo, uma questão de marketing. É colocar uma nova cara em uma tecnologia antiga, como computação de utilitário, virtualização ou computação em grade. O pesquisador da área de tecnolgoia de redes do Instituto Nokia de Tecnologia Brasil, Fuad Abinader, esclarece alguns pontos. ´Muitas vezes o conceito de cloud é vendido como inovador, mas por trás está uma evolução do caminho de desenvolvimentos de sistemas`.

Os serviços oferecidos pela nuvem vão variar de acordo com a demanda. O professor do Centro de Informática da UPFE (Cin), Vinícius Cardoso Garcia, explica que a cloud pode ser pública, privada, híbrida ou comunitária. A diferença? As nuvens públicas são serviços fornecidos por terceiros; as privadas oferecem muitos dos benefícios das públicas com a diferença de que a empresa responsável mantém a nuvem e a híbrida ou comunitária é a resposta quando uma empresa precisa empregar os serviços de nuvens públicas e privadas. Uma nuvem híbrida pode atender processos críticos para a missão, como o recebimento de pagamentos dos clientes, assim como aqueles secundários para os negócios, como processamento de folha de pagamento.

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